Mulher cervejeira é loira, morena, ruiva, negra, índia, japonesa, gorda, magra, alta, baixa, tatuada, desbocada. É IPA, APA, trigo, de frutas. É a gelada no copo, a belga na taça e lata no bico.
Mulher cervejeira é luta, malte, lúpulo, levedura e suor. É carregar tanque, moer malte, desenhar rótulos, molhar os cotovelos no balcão, é encher e lavar copos. É descarregar caminhão, driblar o preconceito diário e acumular empregos. Mulher cervejeira tem que provar que sabe, que entende, que pode e é capaz. Toca bar, mercado, cervejaria, restaurante, escola e o puteiro quando te desrespeitam.
Mulher cervejeira quer ser Capitu, Tereza, Gabriela, Helena. É prosa, poesia. Mulher cervejeira ama, namora, quer casar, conhecer o mundo, transar com quem quiser e ficar. Ama homem, mulher, animais, livros. É advogada, médica, blogueira, professora, dona de casa, publicitária, atriz, modelo, garota de programa, cabeleireira. É sonhadora, realista, recatada, desbocada, do bar, da igreja, do trabalho, é a do seu lado.
Mulher cervejeira se descabela, chora, ri. Acorda de mau humor, tem TPM, dores físicas e saudade. É sonho que ficou pelo caminho, é realidade que enfrenta todo dia. É filha, mãe, irmã, amiga, colega de trabalho, namorada, esposa, amante. É admiração, coragem e respeito. É aquela que você ignora numa reunião, que você pede para falar com o chefe, que você assedia enquanto ela está trabalhando. É aquela que você não contrata para um evento: afinal, mulher entende de cerveja? Sim, mulher é cerveja, vinho, cachaça, gin, chás.
Mulheres cervejeiras são dádivas, colombinas, japas, blondines, freising. São Katias, Grabrielas, Odas, Cilenes, Amandas, Luizas, Fernandas, Daianes, Julias, Camilas, Alessandras, Alines, Julianas, Lisas, Sibeles, Éricas, Giseles, Bias, Tassias, Deboras, Livias, Flávias, Rafaelas, Robertas, Jaquelines, Kethlyns… e por que não Brunas?
Mulheres cervejeiras são mulheres.
Mulheres que bebem cerveja.
Qual?
A que elas quiserem.
Um brinde a nós!
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