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Cervejaria Artesanal – Nano Cervejaria Random Drei Adler

Há pouco tempo atrás, vi no AllBeers (blog esse que me rende visitas diárias pelo excelente conteúdo) o anúncio dessa cervejaria e suas criações malucas. Decidi então entrar em contato com a cervejaria e pedir um exemplar de cada cerveja para avaliação, realmente foi uma grata surpresa a experiência com essas cervejas. Abaixo, as brejas e nossas avaliações.

Mula sem Cabeça Amber Ale

Descrição: Cerveja seca, com notas maltadas e lúpulos americanos. Possui ainda dry-hopping com Palisade ou Willamette, lúpulos cítricos e bastante aromáticos.

Aparência: Coloração cobre escuro, turva. Espuma bege, baixa formação e persistência.

Aroma: Presença forte e agradável de lúpulo. Bastante frutada, lembrando manga, maracujá e tamarindo. Pouca presença de malte.

Sabor: Lúpulo muito presente, maltes leves. Bem frutada. Final médio, aftertaste bom, seguindo o sabor da breja, com forte presença de lúpulo.

Tato: Corpo leve, chega a ser aguado. Carbonatação e cremosidade baixas, adstringência leve.

Geral: A cerveja precisa de um pouco mais de equilíbrio, perde bastante para outras ambers de mercado. Drinkability média. Destaque para o dry-hopping muitobem executado. Breja com potencial. Sugiro aumentar a carga de maltes, um pouco a carbonatação e a densidade.

Nota geral: 3,0 de 5,0.

Cuca Honey Saison


Descrição: Cerveja estilo belga, com notas condimentadas da levedura, além de aroma cítrico do dry-hopping e adocicado, do mel.

Aparência: Coloração dourada opaca, com formação média de creme branco. Persistência média, deixando uma camada perene. Linda apresentação!

Aroma: Ótimo conjunto de lúpulo e maltes, com muitas especiarias e temperos. Traz além disso raspas de laranja, mel e cítrico.

Sabor: Equilíbrio total dos maltes caramelo e lúpulo presente, bom conjunto de especiarias. Segue bem o aroma. Presença de álcool moderada. Final longo, puxado no lúpulo. Aftertaste ácido, ressaltando a presença no bretta. Mel presente. Razoavelmente complexa.

Tato: Corpo denso, cremosa. Carbonatação média para alta. Adstringência alta. Geral: Drinkability excelente. Combinação excelente do dry-hopping com o bretta. Breja espetacular! O melhor exemplar da cervejaria!

Nota geral: 4,4 de 5,0.

Curupira Saison

Descrição: Saison, cerveja belga com notas condimentadas,teve a adição de alecrim, noz moscada, além de aroma maltado e alta carbonatação.

Aparência: Coloração marrom escura opaca, sem espuma.

Aroma: Presença de malte torrefado, sem lúpulo. Bastante especiarias (destaque para noz moscada e alecrim), licor de cacau e conhaque. Muito agradável!

Sabor: Um início de malte torrado com um final mais azedo. Nada de lúpulo. Equilibrio médio, final ácido. Aftertaste longo, parecido com porto. No conjunto, lembra bem um porto novo.

Tato: Corpo médio para denso. Carbonatação, que é descrita como alta, foi nula. Acredito que houve falha no engarrafamento e fuga do gás. Presença boa de álcool, sem comprometer o conjunto. Geral: Muito equilibrada. Deve ficar perfeita quando apresentar a carbonatação ideal. Cerveja boa e única.

Nota Geral: 3,6 de 5,0


Saci Pererê Porter

Descrição: Porter com 25% de aveia, que utiliza uma técnica inovadora: adiciona aveia ao final da fervura, ficando bastante densa.

Aparência: Preta opaca, com espuma cor de pingado, com formação e persistência altas. Bonita apresentação!

Aroma: Doce, com malte torrefado e café. Também traz cacau e leve aveia.

Sabor: Boa carga de malte torrado, e domínio de café. Bem balanceada, final seco, aftertaste longo de café e cacau. Apresentou acidez acima do esperado para o estilo, que prejudicou um pouco o conjunto de sabores.

Tato: Corpo e carbonatação médios. Cremosa. Adstringência muito alta para o estilo. Geral: Poderia ser mais doce e menos adstringente. Drinkability média. Ideal para os amantes de café!

Nota geral: 3,6 de 5,0.


Homem do saco Sour

Descrição: Com Graviola e Cupuaçu em Polpa Sour ale, originada da mistura de três receitas: belgian dark com noz moscada e alecrim, sour em barril de bálsamo e sour em barril de carvalho.

Aparência: Coloração marrom claro turvo, com pouca formação e persistência de espuma.

Aroma: Pesa nos maltes caramelados, com leve lúpulo ao fundo. Presença maior de graviola e cítrico. Aroma agradável. Sabor: A breja é “camuflada” por um azedo e cítrico, deixando para trás os demais elementos. Faltou equilíbrio para deixar a breja mais agradável aos paladares que não são fãs das lambic tradicionais.

Tato: Corpo médio, carbonatação de média para baixa, adstringência alta até mesmo para o estilo proposto.

Geral: Falta um pouco de corpo, mas agradará aos fãs do estilo. Mérito técnico da cervejaria é incontestável, devido a dificuldade de criação desse tipo de cerveja e da inserção dos elementos propostos. Dentro do contexto geral, é uma ótima tentativa da cervejaria.

Nota Geral: 3,3 de 5,0.

Bicho Papão Weizenbock

 Descrição: Cerveja completamente experimental, combinando centeio, malte de trigo e maturação com brettanomyces.

Aparência: Marrom clara, turva. Espuma de baixa formação e persistência para o estilo. Aroma: Leve lúpulo, um pouco “salgada”. Leve avinagrado, vindo do bretta. Não trouxe elementos da uma WB. Sabor: De weizenbock não tem quase nada. Bastante azeda, praticamente uma sour mais encorpada. Se o teste fosse cego, jamais diria se tratar de uma WB.

Tato: Corpo médio, carbonatação média e adstringência nos ares para uma WB. Geral: Se você é fãs das Weizenbock, corra! Se gosta de novas experiências, não perca! A proposta é muito válida, principalmente pelo mérito técnico da cervejaria, mas cabe alguns ajustes para trazer maior presença dos elementos da WB. Avaliação dentro do estilo totalmente comprometida.

Nota geral: 2,8 de 5,0.

Lobisomem Belgian Dark

 Descrição: Cerveja produzida com Malte Munich e com 30% de uvas Cabernet Sauvignon, além de levedura de Champagne Aparência: coloração marrom escuro turva, com pouca formação e persistência de espuma.

Aroma: lembrou uvas brancas, pró-seco. Sabor: Remeteu ao vinho branco e pró-seco. Malte presente no início (ponta da língua). Bem balanceada. Final longo, aftertaste ácido, manteve o vinho do meio da degustação.

Tato: Carbonatação e corpo média. Drikability média para alta, principalmente aos fãs de vinho. Geral: No fim das contas, os elementos adicionados camuflaram qualquer característica que lembrasse uma Belgian Dark, mas é uma boa proposta, principalmente pelo mérito técnico de se fazer essa breja, que deve ser muito complexo.

Nota final: 3,4 de 5,0.

Analisando de um modo geral, a cervejaria é tecnicamente muito qualificada. As experiências foram bem executadas e os resultados são bem atraentes. Uma das primeiras nacionais a entrar nessa nova onda de sours com elementos diferentes. Reitero o destaque para o mérito técnico desses cervejeiros, que mesmo com estrutura pequena fazem belas cervejas.

Recomendo a todos que experimentem essas belezas e parabenizo novamente a equipe da Random Drei Adler. Cheers!

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